O líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), vai dar daqui a pouco uma entrevista coletiva no Senado para fixar a posição da bancada do partido, que é majoritariamente favorável ao afastamento de José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado.
Ao contrário do que se informou na noite desta terça-feira, os 12 parlamentares petistas — apesar da renitência de João Pedro (AM) e da líder do governo Ideli Salvatti (SC) — vão fazer o contrário do que o presidente Lula recomendou e ao presidente do Senado que saia imediatamente.
Sarney perde, assim, sua última expectativa de se manter no cargo com a maioria dos votos dos senadores. Contra ele já se manifestaram o DEM, que tem 15 senadores; o PDT, que tem 5; o PSDB, que tem, 13; do PSOL, que tem 1; e agora do PT, que tem 12. Somadas, as bancadas dessas quatro legendas representam 51 votos — dez além da maioria absoluta do plenário. Não é um placar abosluto porque Sarney tem apoios isolados. Mas também há partidos que não fixaram uma posição em que ele mais perde do que ganha. É o caso do PSB. O partido tem dois senadores. Renato Casagrande (ES), o líder, e Antônio Carlos Valadares (SE) divergem frontalmente. Casagrande já disse ser favorável aos afastamento. Valadares é sarneysista roxo.
O fato é que, a esta altura do campeonato, Sarney está completamente inviabilizado para seguir governando a Casa. O que ninguém se arrisca a dizer é se a saída se dará por meio de uma licença, como fez Renan Calheiros, ou da renúncia, que ele próprio chegou a considerar na tarde de ontem.
A reunião entre Sarney, Mercadante e Ideli Salvatti, na mansão do ainda presidente do Senado, está terminando. Os dois parlamentares, segundo uma fonte consultada pelo Blog, foram dispostos a ouvi-lo. Mas também para falar.
A conversa pode pôr o ponto final em uma história política de mais de 50 anos.