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Refugiados temem sequestro. Paraguai oferece US$ 170 mil de recompensa

O governo paraguaio aumentou de 500 mil para 800 mil guaranis — cerca de US$ 170 mil — a recompensa pela captura dos três militantes do Movimento Pátria Livre que foram acolhidos como refugiados pelo governo brasileiro.  A oferta tem sido publicada nos maiores jornais do País e também em cartazes espalhados em prédios públicos e rodovias paraguais.

Juan Arrom, Anuncio Marti e Victor Colman residem em Curitiba, PR, e temem ser sequestrados por aventureiros em busca da recompensa.

A ordem de captura foi expedida no bojo de um processo em que eles são acusados do sequestro de Maria Debernardi, mulher de um dos empresários mais ricos do país vizinho.

As provas que existem contra eles foram forjadas pela policia judiciária e pelo ministério público, órgãos que ainda se encontram contaminados ideologicamente por simpatizantes da ditadura Stroessner.

Arrom, Marti e Colman foram sequestrados e torturados durante 14 dias na antevéspera da libertação da Sra. Debernardi. A família de Arrom conseguiu localizar o cativeiro e libertá-los sem nenhuma ajuda das forças policiais.

Desde que os três militantes foram acolhidos no Brasil como refugiados o governo paraguaio tenta provocar sua extradição. Para isso, valeu-se de documentos falsos — especialmente supostos e-mails que teriam sido encontrados no notebook do comandante Raul Reyes, o segundo na hierarquia das FARC, morto em território equatoriano há dois anos.

As provas, como já se suspeitava, são falsas. De acordo com o Ministério Público da Colômbia (leia o post abaixo ou clique aqui), na memória do computador que pertencia a Reyes não havia e-mails, apenas documentos elaborados em um processador de textos.

O CONARE, órgão federal que delibera sobre pedidos de asilo e refúgio, já negou duas vezes a extradição. Um terceiro pedido ainda depende de avaliação. Um dos membro do Comitê, no entanto, assegura que não haverá mudança de posição.

Apesar de se sentirem aliviados pela comprovação da falsificação das provas, os familiares dos refugiados temem pela segurança deles. Embora estejam certos de que o governo brasileiro não irá patrocinar sua extradição, temem que algum aventureiro tente sequestrá-los e levá-los de volta ao Paraguai para receber a polpuda recompensa.

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