Há mais de uma semana, ele sobe à tribuna do Plenário do Senado para se justificar. São discursos e mais discursos em que Arthur Virgílio se defende de denúncias feitas pelo ex-diretor geral da Casa, Agaciel Maia.
Num primeiro momento, o tucano foi acusado de usar dinheiro do Senado para o tratamento da mãe, que tinha Mal de Alzheimer. As intrigas não pararam por aí e, logo em seguida, o líder do PSDB passou a ser apontado como favorecido por empréstimo de R$ 10 mil reais sem necessidade de reembolso. Mas o que parece estar tirando o sono do parlamentar é a acusação de que um funcionário do gabinete dele foi fazer um curso fora, e continuou recebendo às custas do Senado.
A história virou ladainha, e a tribuna, espaço para Virgílio se lamentar. Mas ele promete que não vai se calar diante dos fatos e fará de tudo para contornar a situação. “Ou isso é ausência de inteligência ou excesso de má fé. A opção é pessoal minha de não silenciar e enfrentar todas as marés”. Virgílio garante ainda que vai falar enquanto achar que assim deve fazer. “Ninguém quebra minha espinha dorsal. Nunca quebraram e nunca vão quebrar”.
Durante discurso, o parlamentar foi aparteado pelo colega Wellington Salgado (PMDB-MG), que afirmou que “isso é um problema de Vossa Excelência com seus eleitores”, e não do Senado. Wellington defendeu o fim da choradeira e dos textos em que Virgílio cita o PMDB como responsável pela crise na Casa. “Citarei o seu partido e qualquer outro quantas vezes eu quiser. Considero a presença de Sarney ilegítima nesta Casa”, revidou o líder tucano. “Meus problemas são mínimos se eu fizer comparação com os problemas dos outros”.
Para Wellington Salgado, os peemedebistas têm feito o possível para dar credibilidade ao Senado, que há cinco meses, afundou-se num lamaçal que se configura como a pior crise política e moral da história do país.