Há algo cheirando mal no Senado. Muito mal mesmo. E desta vez o odor não exala do plenário. Vem do Comitê de Imprensa.
No início, os jornalistas que lá trabalham perceberam, trocaram olhares suspeitos e decidiram ficar quietos. Mas uma prova cabal das “irregularidades” logo foi identificada.
A primeira reação foi de espanto. “Quem seria capaz de uma atrocidade dessa natureza?”, perguntavam-se os repórteres. Ou melhor: as repórteres. Sim, havia motivos de sobra para supor que uma mulher fosse a autora.
Uma comissão informal logo foi criada. Servidores terceirizados entraram em campo para cumprir a espinhosa missão de apagar os vestígios. Tudo parecia sob controle quando….
… Apareceu a segunda prova.
Pasmo. Espanto geral. Reuniões. A comissão informal passou a inquirir, não sem um certo constrangimento, todos os que potencialmente estiveram nas instalações envenenadas. Tudo corria à boca miúda. Era preciso manter a imprensa (a imprensa masculina) longe do caso. A desconfiança recíproca aumentou, chegando ao ponto de quase esgarçar algumas relações.
Quem teria motivos para fazer aquilo? As suspeitas recaíram sobre duas servidoras que nada têm a ver com as atividades desenvolvidas naquele local. O fato foi entendido como uma espécie de sabotagem feita por pessoas que concorrem pelas mesmas funções.
Em outras palavras, uma disputa política — com sutilezas que normalmente não se encontram no Congresso. Nem o Renan, nem o Sarney, nem a Ideli, nem o Almeida Lima, nem o Wellington Salgado, nem o Arthur Virgílio, nenhum deles jamais sequer cogitou usar esse tipo de artimanha para emporcalhar adversários.
As provas coletadas não foram suficientes para apontar o autor. A solução foi afixar o aviso (na foto à direita) no local do crime pra prevenir novas ações. Desde então, ninguém mais fez cocô no chão do banheiro feminino.
O Comitê de Imprensa pode, finalmente, respirar aliviado.