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Meu último post sobre o problema da falta de ética no jornalismo de Minas Gerais

Estou saindo do assunto. Acho que já cumpri satisfatoriamente minha parte e agora cabe à sociedade e aos jornalistas mineiros, se quiserem, discutir os problemas do respeito à ética que ficaram demonstrados ao longo dos últimos dias.

Tenho sido cobrado pelos leitores sobre a continuidade das denúncias. Respondo que o problema está colocado, e que não compete a um único blog fulanizar a questão. O assunto é muito mais grave e sério e transcende o universo do comportamento pessoal.

Há praticamente um mês venho falando sore um sistema de arregimentação de jornalistas por políticos mineiros, numa simbiose entre dois parasitas em que a opinoão pública acaba sendo lesada.

São profissionais de veículos privados abrigados em sinecuras que ajudam a retroalimentar um esquema que tem por objetivo controlar o que chega ao público e o que, por alguma conveniência espúria, não deve chegar.

As reportagens começaram com a demonstração inquestionável de que boa parte da equipe de correspondentes da maior rede de emissoras de rádio de Minas está empregada em gabinetes de políticos em Brasília. Não houve nenhum desmentido, o que para mim é motio de orgulho.

O pior dos casos, já que é preciso construir essa dolorida metonímia, diz respeito ao diretor de jornalismo dessa cadeia, cuja esposa está dependurada em emprego fantasma no gabinente do senador Wellington Salgado.

Mas não é o único. Há dois outros importantes jornalistas mineiros empregados como conselheiros dos Correios. Há pelo menos um colunista político fazendo dobradinha entre o emprego privado e uma sinecura pública. E há os jornalistas esportivos que cobrem um determinado clube enquanto assessoram a agremiação.Há um jornalista na direção da ANTT, agência que cuida da regulamentação e da fiscalização dos transporte no Brasil.

Imagino o desconforto do Sindicato dos Jornalistas perante o desnudar dessa situação. Também há sindicalistas dependurados em sinecuras. Compreendo o motivo do silêncio em torno do tema, que pode fazer ruir a reputação dos falsos moralistas que apontam o dedo para os políticos e os acusam dos mesmos vícios que praticam.

Lamento profundamente essa situação. Acho que isso constitui uma inominável falta de respeito para com o público. Se você não é jornalista, saiba que uma boa parte da informação pela qual você paga ao comprar um jornal está contaminada por fahas éticas insanáveis. Você muitas vezes não está comprando jornaliskoo. Está comprando propaganda disfarçada de material jornalístico.

Tenho muito apreço pelos demais que, com toda a certeza, constituem a maioria dos profissionais das redações de Minas Gerais. Sei do constrangimento de vocês com o comportamento dos colegas. Tenho observado pelo comentários que me mandam — e que muitas vezes sou obrigado a censurar, porque contêem afirmações que poderiam me valer uma série de processos. Aceitem minha solidariedade e a crença de que um dia isso vai mudar.

Para esses profissionais que não alugam a pena vai o meu respeito. E um pedido para que não se calem. O jabaculê não é a regra nem pode constituir um hábito socialmente aceitável. Não é errado falar sobre ele. Errado é recebê-lo e aceitá-lo como uma tradição tão arraigada que não pode ser combatida.

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