O senador José Sarney disse que tinha uma biografia. Não tem mais. Vai legar para a história a figura débil do velhaco patrimonialista que sucumbiu à própria cultura de coronel.
O senador José Sarney desmente a si mesmo. Foi assim no caso das sobrinhas, do neto, do apartamento funcional, da casa não declarada, do contador, do administrador do museu, dos atos secretos.
O senador José Sarney mentiu quando disse que iria renunciar. Mentiu tão bem que chegou a instigar a expectativa de um “gesto de nobreza” nos ingênuos senadores petistas.
O senador José Sarney mentiu para o presidente da República. Lula repassou a mentira para a bancada do PT. A bancada do PT, meio ressabiada, repassou a mentira para a base do partido.
O senador José Sarney é um mitômano compulsivo. Disse que não tinha nada a ver com as falcatruas do seu automuseu. E seu nome estava entronizado no contrato social da fundação. O contrato que possibilitou o desvio de dinheiro da PETROBRAS tem a firma dele.
José Sarney é um político em frangalhos, aliado da pior espécie de políticos que ainda têm assento no parlamento.
O senador José Sarney não tem noção do ridículo. Está desmoralizando o Senado com sua presença acintosa. Está constrangendo os amigos com sua insistência insana.
O senador José Sarney vai cair. Mas já perdeu a hora de demonstrar alguma dignidade. Se Getúlio tivesse os seus princípios, talvez estivesse vivo até hoje.