A Capital Serviços Ltda. era considerada a melhor empresa de terceirização de mão-de-obra contratada pela Câmara dos Deputados. Alguns serviços já haviam sido interrompidos desde ontem, como revelou o site Congresso em Foco (leia reprodução da matéria aqui).
De acordo com o administrador de um desses contratos, jamais houve atrasos, reclamações ou descumprimento dos serviços. Os cerca de 1.300 funcionários terceirizados também não tinham queixas até bem pouco tempo atrás. A morte do fundador da empresa mudou drasticamente esse quadro.
Os contratos da Capital Serviços com a Câmara dos Deputados asseguravam um faturamento de R$ 43 milhões por mês para a empresa. Até junho passado nunca houve atraso no pagamento dos funcionários. Foi quando o corpo do dono da terceirizadora de mão-de-obra foi encontrado no escritório onde trabalhava. Wilson Lemos, segundo informações da polícia do Distrito Federal, teria cometido o suicídio porque enfrentava problemas financeiros.
A Câmara dos Deputados, seu melhor cliente, ainda tentou interceder para que as dívidas da empresa fossem sanadas. Mas o suicídio fez com que a gestão, entregue à viúva e aos filhos do empresário, apressasse a ruína financeira.
Dois meses atrás, quando veio a concordata, a Capital se inviabilizou como fornecedora de serviços ao governo. Segundo uma fonte da Secretaria de Comunicação, a Câmara não pode manter contratos com empresas que estão com problemas de solvência.
Diante do quadro de falência iminente, os gestores da Câmara decidiram realizar licitações para contratar outros terceirizadores. Os envelopes foram abertos na semana passada. Mas todos teriam cometido um mesmo erro nas propostas, o que impossibilitou a efetivação do certame.
Duas soluções foram propostas: a contratação emergencial de um novo provedor de trabalhadores temporários, sem licitação, ou a extensão de prazo para as empresas que se habilitaram ajustarem suas propostas. Decidiu-se pela segunda alternativa, que implicava a suspensão temporária de alguns serviços.