O ex-presidente e atual senador pelo PTB de Alagoas Fernando Collor de Mello aceitou a indicação do líder de seu partido para a CPI da PETROBRAS. Disse que vai atuar para que a investigação aconteceça de maneira séria e serena.
A indicação foi recebida com ceticismo por alguns políticos. As críticas, no entanto, foram veladas. Artur Virgílio, do PSDB, foi irônico ao afirmar que o colega alagoano não vai permitir eventuais desvios encontrados no curso da investigação fiquem sem punição. “Ele foi presidente da República. E eu acredito nas pessoas”, disse o líder do PSDB.
Para Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), a participação do ex-presidente é prova cabal de que não há intenção de se investigar nada. Jarbas qualifica a PETROBRAS como uma empresa impossível de fiscalizar. “Ela não pode ser fiscalizada pelo TCU, pela Polícia Federal, por ninguém. E não vai ser com essa composição que o Congresso vai conseguir.”, afirmou o parlamentar do PMDB.
O PSDB escalou um time de peso para a investigação. Foram indicados o presidente do partido, Sérgio Guerra, o autor do requerimento, Álvaro Dias, e o cearense Tasso Jereissati. “É para demonstrar que não estamos aqui para brincar”, disse Sérgio Guerra. Quanto às demasi indicações, especialmente às de Collor e da tropa de choque do PMDB, Guerra foi irônico. “Com pitbull ou sem pitbull, nós vamos fazer essa investigação”.
O PMDB ainda não confirmou, mas deve escalar os senador Gilvam Borges, Almeida Lima e Romero Jucá, que pode ficar com a relatoria ou a presidência. Almeida Lima já antecipou que não vê nenhum motivo para essa investigação. Romero Jucá é um governista crônico, mas andou agastado com o Planalto, que permitiu a demissão de parentes empregados na ANAC.
Pelo DEM devem ser escalados os senadores Demóstenes Torres, AMC Jr. e Heráclito Fortes.