O pânico gerado pela questão nuclear no Japão está desviando a atenção das autoridades de uma possível crise humanitária, que pode envolver as mais de 452 mil pessoas que estão vivendo em abrigos temporários.
Os desabrigados enfrentam chuva, neve e temperaturas de -5C em cerca de 2.400 ginásios, templos e escolas públicas que não possuem sistemas de aquecimento suficientes.
Eles também têm que lidar com a escassez de alimentos no comércio. Só recentemente a comida começou a chegar aos abrigos, em transportes militares.
Em uma escola na cidade de Ofunato,os idosos têm preferência para ficar mais próximos dos aquecedores a gás, enquanto os jovens tentam lutar contra o frio jogando bola na neve.
O prefeito de Fukushima, Yuhei Sato, disse em entrevista à emissora japonesa “NHK” que faltam refeições quentes e itens de necessidade básica nos abrigos e criticou a ação do governo.
Outro problema da população que perdeu suas moradias é ter acesso a telefones.
A brasileira Thereza Yogi, 19, não conseguia falar com seu pai, Ilton Toshiaki Yogi, desde o terremoto. Só o localizou ontem, graças à boa vontade de desconhecidos.
“Recebi e-mails de duas pessoas, um japonês e um alemão, dizendo que ele está vivo, com outros cinco brasileiros, em um ginásio na cidade de Onagawa”, disse.