A defesa do empresário Nenê Constatino conseguiu converter o ordem de prisão preventiva decretada contra ele em prisão domiciliar. Constantino, que deverá permanecer recluso em sua residência, ainda não se apresentou à justiça. O habbeas-corpus foi concedido pela desembargadora Sandra De Santis, da 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
A medida é considerada insatisfatória pelo Ministério Público, que teme que, em casa, Constantino reincida nas mesmas práticas e atrapalhe a condução do processo.
A gravação de telefonemas dados pelo empresário é um dos principais elementos que justificaram a ordem de captura expedida contra ele pela justiça do Distrito Federal.
As gravações, feitas com autorização judicial, conteriam instruções do empresário para que testemunhas do inquérito que apura o assassinato de duas pessoas, supostamente ordenado pelo fundador da Gol Linhas Aéreas, fossem subornadas.
De acordo com os promotores encarregados das investigações, Constantino e outras quatro pessoas chegaram a ceder o direito de uso de uma casa à viúva de um dos funcionários de suas empresas de ônibus para que ela atribuísse a autoria do crime ao marido morto.
A testemunha chegou a confirmar em depoimento a versão que teria sido engendrada com o dono da Gol e seus cúmplices. Mas depois voltou atrás e disse que vinha sendo pressionada pelos supostos mandates do crime. Ela declarou ao Ministério Público que, além da casa, teria recebido uma promessa de emprego para um filho nas empresas de Constantino.
Nenê Constantino, formalmente, se encontra foradigo desde o fim da tarde desta quinta-feira. Os advogados informam que ele está debilitado e foi internado num hospital de São Paulo.
Os promotores disseram que a testemunha não está sob proteção do Estado. Ela seria cobradora e continuaria prestando serviços a uma das empresas de transportes urbanos do grupo.