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Filtros e coadores dos sucessores do #foratemer: Quem pode ?

Ontem falamos sobre os entraves jurídicos que jogam por terra os nomes dos “presidenciáveis” mais cotados para conduzir a nossa barca – Henrique Meirelles, Nelson Jobim, Lula.

Hoje vou falar brevemente sobre questões de natureza moral e política também serão determinantes do ambiente em que será escolhido o futuro timoneiro desta embarcação adernada chamada Brasil.

Henrique Meirelles foi mordido pela mosca azul. Ontem, em um conference call promovido pelo J. P. Morgan, disse que as reformas vão andar, com Temer ou sem Temer. Pensa que é primeiro-ministro e já depôs o presidente.

No texto de ontem, ficou clara a inviabilidade jurídica da candidatura que ele vem nutrindo. Mas ele também tem um obstáculo de natureza moral que os agentes do mercado financeiro vêm varrendo para debaixo do tapete.

Assim que deixou o governo Lula, do qual os irmãos Batista tanto se locupletaram, Henrique Meirelles se transformou no principal executivo da J&F. Por quatro longos anos, enquanto Joesley e seus irmãos assaltavam e corrompiam no atacado, ele foi o presidente do conselho de administração da holding do grupo.

Ainda que não paire nenhuma suspeita sobre o comportamento do ministro da Fazenda, ele será confrontado com os efeitos políticos desse passivo que, queira ou não, precisa ser honrado.

Nelson Jobim também tem sido mencionado como a solução para todos os males institucionais que assolam nosso País. Ele é um político experiente que debutou em papel de destaque na Constituinte e não parou mais. Foi ministro, ministro e presidente do STF e hoje milita na iniciativa privada.

Mas onde?

No Banco Pactual, do engenhoso André Esteves, o mesmo que a Lava Jato meteu na cadeia por suspeitar que estivesse por trás do cala-boca aplicado pelo então senador Delcídio do Amaral ao filho de Nestor Cerveró.

Sobrou alguém sem nenhum impedimento?

Sim, sobrou. Fernando Henrique Cardoso está no páreo e vem assumindo um protagonismo que nem faz questão de dissimular. Ele não tem máculas além da avaliação quase negativa que auferiu ao final de seu segundo e desastroso governo.

Mas debelou a inflação, coisa que muita gente já nem lembra que existiu um dia, e privatizou tudo o que podia ser vendido no Brasil. Começamos a falar ao telefone e não declaramos mais as linhas da Telebrás no nosso imposto de renda.

Mas a tibieza dos tucanos tem feito coisas que até Max Weber duvida. Em nome da ética da Responsabilidade, Fernando Henrique talvez tenha ido longe demais ao recuar da iniciativa de propor a renúncia de Temer. Sim, ele voltou atrás. Subiu de novo no muro. Com isso, reavivou sua tucanice.

Ainda que não tenha um passivo judicial ou de natureza moral, Fernando Henrique é o prócer do partido de Aécio Neves, que foi flagrado tomando dinheiro do dono da JBS. E vai ter que arcar com o ônus da falta de pudor do presidente afastado do PSDB.

Mas isso só seria determinante num ambiente em que o povo tivesse o direito de dizer quem prefere no saudável escrutínio das urnas. Como tudo indica que não será, FHC estará entre iguais, o que facilita muito as coisas para ele.

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