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O que dizem os companheiros do investigador reintegrado à Polícia Civil por determinação judicial

No dia 18 de março o blog publicou uma reportem dando conta da reintegração à Polícia civil do um investigador Elison Rozziolli, demitido no curso de um processo em que são patentes as dúvidas sobre a ocorrência do fato que gerou a punição. No post, afirmei ser plausível que  dois companheiros desse investigador  tenham tentado achacar um comerciante que vendera cerveja sem emitir a nota fiscal. Todos foram demitidos a bem do serviço público. Elison Rizziolli foi o primeiro a obter a reintegração .

Um dos policiais que participaram da operação se sentiu ofendido com o texto. Em função disso, esclareço  que em nenhum momento afirmei que de fato ocorreu a concussão. O que eu disse, e reitero,  é que a versão do denunciante, modificada tantas vezes, não alcança nem compromete o investigador Elison Rizziolli mesmo quando guarda alguma verossimilhança. Ele estava longe da cena em que, apenas para argumentar, poderia ter se dado o achaque.

Como acho justas as ponderações, publico integralmente a carta enviada por Artur Dória de Oliveira, um dos companheiros de Elison na operação que deu origem ao processo. Ele reivindica espaço para se contrapor à afirmação  de que há alguma verossimilhança  hipótese de concussão, e o espaçoi está concedido.

Para que não haja necessidade de esclarecer novamente o que foi dito, saliento que considerar plausível não equivale a afirmar a existência de algo.

O Blog também não divulgou os nomes dos outros dois acusados para resguardar sua identidade, uma vez que eles não foram consultados antes da publicação da reportagem. Se o faz agora, é a pedido expresso da pessoa que se sentiu ofendida.

Segue agora a íntegra da carta de Artur Dória de Oliveira.

 

Caro Pannunzio

 

Leitor assíduo de seu Blog, venho  externar e parabenizar pelo excelente serviço prestado a população, divulgando fatos e denuncias de interesse geral de pessoas que acompanham seu Blog.

Sinto-me feliz por poder desfrutar e compartilhar da alegria do Elison (amigo muito querido) por ter, após longa luta (08 anos), ter alcançado o reconhecimento de sua conduta IMPAR E HONESTA no trato da coisa publica enquanto Funcionário Publica Estadual (POLICIAL CIVIL).”Pena que nossos julgadores abriram mão da Lisura e Honestidade no trato com nosso Processo Administrativo”.  Graças a DEUS isso já faz parte do  passado, o erro já foi reparado, mas o preço pago jamais será esquecido.

Caro Pannunzio, quando você emite opinião com base em acesso à integra dos Processos Judiciais e Administrativos, fico a imaginar se falamos do mesmo Elison (cotonete) e dos mesmos Processos apuratórios. Nas copias que tenho,  por ser parte integrante dos mesmos, nunca foi mencionado que a possível vitima ( um charlatão de marca maior) teria efetuado  as denuncias por ter sido agredido por um dos investigadores, fato este que, além de não ter ocorrido, teria sido alvo de apuração pela casa censora (ela adora punir policiais) e isso seria de fácil constatação com consequente punição.

A hipótese de que a vitima contrariou denúncia inicial nas oitivas de apuração por ter sofrido algum tipo de ameaça, foi exaustivamente investigada pelo Juiz da 1ª Vara Criminal de Campinas e pelo Sr.

Presidente do referido P.A.D. e nada foi comprovado que que pudesse ter havido tais ameaças.

Quando você diz  ” Na cena descrita nos depoimentos cabe a hipótese — pausível, no entendimento do Blog — de que a dupla tenha tentado extorquir o fornecedor da cerveja. “  tal fato nunca ficou suficientemente evidente, razão pela qual o julgador pede sucessivos sobrestamentos por não ter convicção sequer que  o fato tenha existido.  No campo das suposições, NADA é valido para se condenar ou absolver qualquer pessoa, levando a crer que sua fala foi no mínimo

precipitado.   Por causa de hipóteses ou  indícios    (  Escreveu o

Douto Juiz Eliézer Rosa, no seu Dicionário de Processo Penal:

“no manejo dos indícios, o Juiz Criminal tem de ter cuidados extremos, porque, de todas as provas, a mais desgraçada, a mais enganosa, a mais satânica é, sem dúvida, a prova indiciária. O indício, na eterna ironia das coisas, é a prova predileta da vida contra os inocentes.

Com indícios, se chega a qualquer conclusão; imprime-se ao raciocínio a direção que se quiser. Condenar ou absolver é o que há de mais fácil e simples, quando o julgador aposta com os indícios o destino do processo. Julgar só mediante indícios e, com eles, condenar, é o

adultério da razão com o acaso, nos jardins de Júpiter”.   )    três

pais de  família passaram as maiores atrocidades, foram humilhados, execrados do convívio profissional, os amigos os viam como ameaça, a sociedade os rotulou como frutos da banda podre da policia, enfim foram privados do sentimento mais nobre de um ser humano  LHES FOI ARRANCADA A DIGUINIDADE, fato que, aconteça o que acontecer,  jamais sentiremos em sua plenitude novamente, pois é uma ferida que jamais cicatrizará. Volto a afirmar, VOCE FOI, NO MINIMO PRECIPITADO enveredando no mundo da hipótese plausível. , o que leve a crer que não esta familiarizado com os procedimentos  apuratórios  como escrito no inicio de seu texto.

Será que você realmente teve acesso a integra dos dois processos?

Acredito que não,  pois se o tivesse tenho certeza que sua  opinião seria de que o único erro dos policiais foi participarem de uma diligencia legitima, agido com lisura no trato da coisa publica e foram vitimas de um LOUCO, FANFARÃO E INCONSEQUENTE.

A inocência dos três policiais esta explicita  nos vários pedidos de sobrestamentos solicitados pelo Presidente do P.A.D. quando diz: “ Haver razoável duvida se o fato tenha existido…”.

Quanto ao fato dos desmandos na Secretaria da Segurança Publica e Corregedoria da Policia Civil estão cada vez mais latentes, sendo que a frase que mais gostam é “ processo saneado, mero inconformismo” . É quantos pedidos impetrados na Secretaria apontando de 08 a 10 nulidades  relativas ou absolutas e a resposta sempre a mesma,”

processo saneado, mero inconformismo” .  Eles se acham acima do bem e do mal, se dando ao luxo de não darem importância às decisões judiciais, cumprindo-as quando bem entenderem.

Diante do quadro de desespero que nos encontrávamos, fomos buscar alento na Vara da Fazenda Publica do Estado de São Paulo, a qual recebeu de braços abertos os filhos execrados injustamente de uma secretaria a qual diríamos nossas vidas em honra-la.

Graças a DEUS existem nesse mundo pessoas compromissadas com a verdade, doa a quem doer, cosa do juiz da 1ª Vara da Fazenda Publica de São Paulo, que isentou Elison  Rizziolli de um sofrimento maior, reconduzindo-o ao Cargo que injustamente lhe foi tomado.

Foram muitas noites sem dormir, muitas lagrimas, discussões sobre teses, aborrecimentos, luta, sofrimento familiar;  é amigo curtimos tudo isso juntos e valeu a pena .

Também busco na Fazenda Publica amparo para minhas angustias, e estou muito próximo de êxito, questão de dias.

Caro Pannunzio, gostaria de ver publicado meu desabafo, uma vez que o seu entendimento acerca dos atos praticados na fatídica diligencia policial, não corresponde com o que efetivamente aconteceu colocando-me a disposição para sanar qualquer duvida (mereço isso).

 

Forte Abraço

Artur Dória de Oliveira

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