Em sete meses, 170 pessoas foram mortas por policiais militares na capital paulista.
O número, divulgado ontem pela corporação, inclui os mortos em confrontos com PMs e as vítimas de homicídios cometidos por policiais, que estavam em serviço ou em seu horário de folga.
Comparando com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 32% de vítimas na cidade.
Em todo o Estado, o número de mortos por PMs atingiu a marca de 369 pessoas (redução de 4%). De janeiro a julho, 57 PMs morreram nas mesmas condições.
Em uma breve análise, a ONG Instituto Sou da Paz afirmou que a “altíssima” letalidade policial na cidade é um “fenômeno que parece ter se tornado um padrão”.
“A letalidade policial é um problema cuja redução depende exclusivamente de ações gerenciais por parte do Comando [da PM] -ao contrário dos crimes, que são influenciados por diversos outros fatores que não a ação policial”, afirmou, em nota.
Para Oscar Vilhena Vieira, pós-doutor em direitos humanos e professor de direito da Fundação Getulio Vargas, há três fatores que influenciam na letalidade policial: 1) a estrutura militarizada da PM que “trata setores da população como inimigos”; 2) os discursos “duros” de governadores que incentivam a ação enérgica e; 3) a falta de investimento em qualificação.
“Não adianta comprar carros, armas, investir em comunicação, se não treinar o policial adequadamente.”
Beba na fonte: Folha de S.Paulo – Cotidiano – PMs matam 170 pessoas em sete meses em São Paulo – 29/08/2012.