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Carta aberta do crime organizado ao governador do estado

jailCaro governador ,

Vimos respeitosamente à sua presença com o intuito de denunciar a situação de penúria em que se encontra o crime organizado.

A crise pegou os assaltantes em cheio. O valor do butim-médio recuou para níveis do início da década porque ninguém tem dinheiro para nada.

Nas biqueiras só se vende crack e maconha. A cocaína, que agrega maior valor ao comércio de substâncias psicoativas, ninguém quer saber de comprar. O dólar subiu demais e os traficantes não conseguiram repassar o aumento para o consumidor final. Isso fez com que muitos empresários do setor de estupefacientes fossem obrigados a batizar ainda mais o pó, aumentando o impacto que a adição de certos produtos tem na saúde pública.

A extorsão está pela hora da morte. O suborno cobrado pela PM subiu muito acima da inflação. E nas delegacias, então, nem se fala. Hoje, um ladrão tem que fazer três ou quatro assaltos só pra pagar o pedágio. Ou seja: tem gente assaltando 20 horas por dia em condições insalubres apenas pra garantir os custos fixos. No final do expediente, não sobra nem para a cachacinha das crianças.

Aproveitamos a oportunidade para chamar a a atenção de Vossa Excelência para o fato de que tais impactos deletérios podem provocar inclusive a desorganização do crime organizado, o que traria consequências imprevisíveis principalmente para o bem-estar e a paz social dos presídios.

Além disso, a concorrência com o pessoal de Brasília é desleal. O crime do colarinho branco hoje não deixa espaço para a atividade dos pequenos criminosos, que são responsáveis por mais de 90 por cento dos BOs registrados no País. A dispersão de recursos é enorme. Tem gente desistindo da profissão de punguista para tentar um mandato de deputado federal.

Sugerimos que o governo crie mecanismos de compensação para amparar o criminoso em situação de risco social. Tomamos a liberdade de propor que seu governo crie a Bolsa-Crime ou algum outro subsídio social do gênero.

Caso isso não ocorra, alertamos para a iminência da deflagração de uma greve geral nos próximos dias. A categoria dos criminosos vai demostrar que segue unida na defesa de seus interesses e confiante no futuro do Brasil.

A solução drástica, que não desejamos, decorre da falta de condições econômicas que ameaça a instituição do crime organizado, tão importante para a nossa economia.

Porque além de oferecer à população a mais variada seleção de crimes, também cria mercado de trabalho para policiais militares, delegados, investigadores, escrivães e principalmente apresentadores e repórteres de programas vespertinos de televisão.

Atenciosamente,

PCC/CV/ CUC (Central Única do Crime).

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