A detenção de Lula gerou uma comoção entre os poucos carolas que ainda rezam pela cartilha do ex-presidente. Lula recebeu o mesmo tratamento que outros anjos caídos mereceram da Operação Lava Jato. Por esses, no entanto, as únicas lágrimas de que se tem notícia foram as que verteram dos olhos de seus advogados — mas estes são carpideiras profissionais, não contam.
Os carolas de Lula, turma pequena mas barulhenta, querem vê-lo de volta à Presidência da República.
Se Lula, como disse, for um real mais honesto do que o Moro, os procuradores e policiais que o detiveram nesta sexta, vai disputar as eleições de 2018. Ao menos é o que ele diz.
Mas será que vai mesmo ?
Se for mais honesto do que seus detratores ao menos 20 centavos, poderá conquistar a condição jurídica necessária para se inscrever como candidato. Ou: por ser honesto, como diz, um real mais honesto do que Sérgio Moro, certamente estará solto.
Mas e se não for ? E se for algumas centenas de milhares de reais menos honesto do que seus algozes do MP e do Judiciário ?
Não será candidato. Porque poderá não estar solto — e não ter a condição jurídica necessária para sequer se inscrever como candidato.
Ainda que Lula não seja necessariamente nem 50 centavos mais honesto do que ninguém, e que venha a ser, como quer, candidato em 2018, terá condição de voltar à Presidência ?
Lula ainda tem apelo eleitoral. Mas terá o suficiente para se eleger depois de tudo o que os petistas fizeram a este miserável País ?
Lula pode até querer ser candidato. Mas não será uma decisão tomada como vingança por sua detenção, ou sua conduções coercitiva para explicar triplex, sítio e a atividade de palestrante/lobista, que irá reconduzi-lo ao Planalto.
Antes, terá que purgar os malfeitos de Dilma, a corrupção que seu partido generalizou, o sucateamento do Estado e as mentiras da última campanha.
Ainda que seja um real mais honesto do que Sérgio Moro — juiz que já fez retornar ao Brasil R$ 2 bilhões de Reais roubados da Petrobras durante o seu governo — vai ter que arcar com o passivo moral que legou ao País.
Que não é pequeno — ao menos um real maior do que a soma de todos os escândalos de corrupção já registrados ao longo da história do País que ele pretende voltar a governar.
Lula 2018 ? Quem viver, verá.
