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Distritão, a tábua de salvação da velha política

De onde nada se espera, daí é que não sai nada mesmo, já dizia o velho Barão de Itararé. E do Congresso Nacional, meu amigo, não se deve esperar nada mesmo. Ao menos com a composição atual. Por isso, olhe esse distritão que vem aí com desconfiança. O que eles estão fazendo lá em Brasília é dar um jeito de evitar que a sua vontade de renovação da política tenha efeito nas próximas eleições.

O sistema que certamente virá não existe em nenhuma democracia civilizada. Trata-se de uma bizarrice para tentar empurrar o jogo eleitoral para uma espécie de prorrogação patrocinada pelo eleitor. É um arremedo que detona a vinculação entre o eleito e o partido. E o pior de tudo é que esse sistema vai impedir que surjam novos nomes na política. Porque, como se pode antever, somente os que já são conhecidos terão alguma chance na selva dos dois próximos pleitos.

Os políticos prometem que em 2022 tudo vai mudar. Vamos virar a Alemanha, com um sistema distrital misto de dar inveja à vizinhança. Mas 2022 está longe demais. E nada leva a crer que o próximo Congresso, eleito sob a égide dessa anomalia chamada distritão, vá querer mudar alguma coisa… em seu desfavor.

Agora o outro dado dessa historia. A bolsa master inventada pelo deputado Vicente Cândido, de R$ 3,6 bilhões, só se justifica mesmo sob o argumento de que, roubando , a conta sai mais cara. Sai mesmo. Veja só o que tungaram da Petrobras: mais de R$ 6 bilhões em propinas.
Você pode não ter entendido, mas isso, para mim, soa como uma ameaça. É como estar diante do bandido armado que, ao anunciar o assalto, diz, apontando o cano pra você: ou você me passa sua carteira voluntariamente, ou eu vou pegar na marra.

São 140 mil reais por candidato. Dinheiro pra burro. E você, que paga a conta, não vai poder dizer pra quem vai essa grana toda. Você vai pagar a campanha de quem não desejaria jamais ajudar a eleger.

É esse o resumo da tal reforma política. Volto então ao Barão de Itararé. De onde nada se espera, daí é que não sai nada mesmo!

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